quarta-feira, 9 de abril de 2008

lUCIDEZ INFANTIL

Como sentira falta de suas amigas...

Suas duas amigas Yam e Yanic eram como duas irmãs. O que faltava em uma, sobrava em outra. Havia, claro, a mais tempestuosa e a mais calminha, a mais extrovertida e a mais quieta. Das três, ela sustentava sempre a liderança. O que falasse, tava decidido. Assim mesmo, ela programava a diversão. Cinema, parque, sorvete. Partia tudo dela.

Na época de escola, lá estavam, as duas, a te importunar nas provas. Ela não conseguira se concentrar até metade do tempo, com as duas lançando o pé na sua cadeira. De certo que haviam combinado de cada uma estudar uma matéria e, nesse dia, ela estava a par de todos os assuntos da matéria (sua especialidade era biologia, português e literatura). Mas, precisavam combinar também o tempo que seriam dadas as respostas, escondidas do professor. Bem não abria a prova, estavam as duas, a pedir o resultado.

Ela sabia que comandava a cola da sala. Por trás de suas duas amigas, estavam dezenas de outras pessoas, a conferir resultados. E o esquema era sempre o mesmo: um vacilo da professora e uma questão repassada.

Lembrava-se de certa vez que, no meio da confusão e dos olhares curiosos, ela soltou uma gargalhada. E permaneceu rindo por todo o restante da prova. A professora, claro, pegou a cadeira de madeira, e sentou-se ao seu lado, pra tentar entender o motivo da graça. Nesse dia, não houve cola pra ninguém. Mas ela se divertiu.

Ela era dois meses mais velha que as duas amigas. Então, se sentia sempre na razão quando havia algo a contestar. Achava que faria advocacia na faculdade, e por isso sempre estava disposta a defender os alunos, e a sua turminha que variava entre cinco a seis pessoas. Havia um carinho que ela, na sua infância, não sabia explicar de onde vinha. Ela se sentia bem com eles. No intervalo, todos sentavam juntos na cantina da escola. Ela pedia a Dona Cátia cachorro-quente duplo, já sabendo que não iria conseguir almoçar quando chegasse em casa. E quem se importava?

O momento mais triste que a turminha dela teve foi na morte do unico irmão de Olec, adotado por ela como o mascote da galerinha. Seria mais um dia normal naquela escola de freiras se não fosse a notícia de que havia um menino morto no campo de futebol. E Olec chorou com ela. E ela, com suas duas amigas, foi ao enterro. Talvez, em um único dia, se fizesse todos os conceitos do que seria uma amizade. Talvez, a partir daquele dia, o olhar de cada um mudasse. E todos compreendessem que aquele sentimento que os unia era o mais importante de tudo.

Ela se sentia feliz... Aquela época marcaria toda a sua vida...

Um comentário:

O Sibarita disse...

Dona moça! kkk Ele diz: Bons tempos aqueles das pescas, né não?
Agora, é de lenhar, bem não abriu a prova e já tem alguém: "e ai me dê o quesito tal!" kkk É, a professora fez certo, sentou do lado e acabou a festa pelo menos naquela prova! kkkkkkk

Ele diz mais ainda que as boas amizades nascem e se firmam quando não há segredo entre as pessoas amigas como foi o caso das três aí.

Eu e não ele, kkkk, digo que você não era brincadeira não! kkk Era contestadora, né fia? É isso... kkk

Gulosa heinnn? kkk Cachorro-quente duplo, não engordou não? kkkkk

Realmente, muito triste o irmão de uma pessoa amiga falecer, mas, faz fortalecer a amizade, com certeza.

Esse tempo nos marca para sempre... Que Bom!

Eu ainda, olha, mais uma bela lembrança contada com maestria...

bjs
O Sibarita