sexta-feira, 11 de abril de 2008

MENINO DE OLHOS VERDES (Cont...)

Eram apenas duas crianças. Ele, cinco anos mais velho do que ela, tinha menos experiências em sexo do que se podia imaginar. Seu toque suave, seu receio de machucar, seu cuidado em preservar a porcelana que ela entregara tão docemente... Tudo era tão novo e tão vergonhoso para os dois...

Ela lembrara daquele quarto escuro, do colchão de solteiro no chão, sendo o único móvel da casa. Ele arranjara aquele lugar para os dois, especialmente. Nada de luxo, nada de beleza. Era apenas o quarto do amor. Lá, onde os pudores vinham à mente dos que ainda se preparavam pra entendê-los. E como era difícil a entrega. Ela, deitava primeiro, conservando as peças íntimas como forma de esconder seus segredos. Ele, por cima, com seu tato e seus pensamentos explodindo na cabeça.
O menino de olhos verdes e falante era ingênuo e delicado. Achava que qualquer movimento além poderia romper e quebrar a porcelana. Isso ela nunca haveria de esquecer. Jamais conheceu outro homem assim. Ela, com a bondade de um anjo, ia ensinando aonde seus dedos poderiam percorrer, e observara sua tez, mudando conforme sensações. Era bom os olhos pretos estarem tão perto dos verdes. Ali, encontravam-se duas almas.


Ele havia dado notícias novamente. Escrevera, por e-mail, que tinha saudades dos tempos juntos. Ele, até onde ela sabia, estava muito diferente do menino que ela nomeou seu príncipe. Estava um pouco mais defensivo, um pouco mais marcado com o tempo. Ela tomara cuidado nas palavras de resposta. Havia algo que ele escondia. Havia algo que, por respeito ela não queria dizer que sabia.


Passava um tempo sem contato. Sua mãe acreditava que ela vivera um amor de verdade com ele e foi difícil fazer com que ela entendesse que não haveria volta, que o namoro estava acabado. Mas, sua mãe ainda acreditava. E percebia em seus olhos o brilho à simples pronúncia do nome do menino de olhos verdes. Sua mãe havia vivido um amor também, bem antes delas nascerem, no qual mantia uma esperança de reconciliação, mesmo passado mais de 27 anos. No fundo, ela elegera o menino de olhos verdes como único capaz de trazer felicidade a sua filha.


Mas o destino, que rege a vida dos amantes e amados, só nele tinha respostas. Só nas mãos dele estavam os caminhos que, com ou sem explicação, tornaria a vida diferente.


Ele noivou com outra. E, desse ato, ela não poderia esperar uma renúncia. Deveria ser forte e marcante pra ser compromissado, o que a fazia entender, duramente, que toda a intensidade do conto de fadas vivido não passou de criação da sua cabeça. E que ele a esquecera de vez.


(Cont...)

3 comentários:

São disse...

Que , de fugida, lhe deixo voto de feliz final de semana.

Sérgio Figueiredo disse...

Auréola,

O meu obrigado pela tua visita e comentário ao meu blog. Vai aparecendo.

Retribuindo e entrando a porta do teu blog, porta aberta para mais uma amizade, reparo na beleza das fotos, na maravilhosa música, ou não fosse da Enya, uma das minhas preferidas e finalmente, no pouco que ainda li e quero ver a continuação, deparo com um post lindíssimo e cheio de ternura. Expressando o Amor ainda ingénuo mas já com grande desejo e sentimento. Muito puro.
Muito bonito este teu post.

Beijo Amigo

Anônimo disse...

he quitado este pensamiento:) http://nuevascarreras.com/tag/comprar-cialis/ cialis generico colombia Bravo, credo che questa idea geniale [url=http://nuevascarreras.com/cialis/ ]comprar cialis en espana [/url]