sábado, 5 de abril de 2008

CAMINHOS

Ela estava lá. Trancada por dentro, não pensava em mais nada do que em evolução profissional. "Não seria fácil"- ela pensava, mas nunca nada foi fácil pra ela. A vida ensinou que coisas muito fáceis eram pra pessoas muito incompetentes, que aceitavam tudo de primeira. Pra ela, tudo era um misto de problemas e complicações. E como sua mente era complicada! Não, não, os problemas não vinham dela, mas com ela, tornavam-se bem maiores e mais redondos.

Sempre teve uma capacidade incrível de "dar com a cara na porta". Por mais que quizesse algo, por mais que lutasse, não haveria jeito de contornar seu destino. Ah, destino! Ela o respeitava muito. Sabia do seu poder de comandar a sua vida. Porém, não se conformava.

Poucos dias haviam passado e a incerteza de que seu futuro estava ali, naquele escritório a atormentava. O ambiente era limpo e organizado. E o chefe havia tratado-a como colega, deixando a mocinha indefesa e necessitada de lado. Profissionalismo! Ela sorriu. Ela sorria. Seu nervosismo não deixava com que fosse além. Mas seu desejo era soltar aquela felicidade contida ao saber que seu currículo era muito bom pra vaguinha de recepecionista na qual havia procurado. Seu otimismo, guardado atrás de tantos "nãos" recebidos pelo caminho, enfim, aflorava.

Sua cabeça enlouquecia diante de um crescimento profissional considerado. Teria trabalho, teria dinheiro, teria liberdade financeira! Mas, calma... Ela ainda não sabia do seu destino. Não sabia se tudo iria ficar ao seu favor. A quem perguntar? A quem pedir?

E então, ela fechou os olhos...

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