quarta-feira, 23 de maio de 2012

BALANÇO.



Não quero parecer para você àquela pessoa que caminhou sem olhar para trás.


                               Olhei, muitas vezes por uma fresta na porta, que mostrava você sentado, quieto, arrumando seu mundo em apostilas.

Não ouso mostrar-me nua, assim, pra que me veja tão desprovida da magia que te encantou. Lembra-se da lingerie preta que me escondia?


Prefiro calar-me.

Mas o tempo, este sim, dirá à nossa certeza como podemos ir e voltar em segundos.


Minutos, no máximo...

sábado, 5 de novembro de 2011

Minha incerteza de você é absoluta.


O tempo que estamos juntos, e que sua boca é a minha boca me surpreende a ponto de me afastar de ti e dali.
Se o teu chamado clama em mim, como posso eu, querer-te sem noção?
Faça de mim teu ponto cego de desejos e seja sempre assim.
Como uma pena que vai e volta, e que permanece sempre, dentro, enfim.

Pergunta-me se te quero, sim, sim...
Pois no seu olhar envolve-me.
Querido, se quiseres, viajaremos em todo o ser de tormentos, felicidade e dor
Porque no infinito de palavras mostrarei o que é ser amor.

E, se assim, um vento forte levar-te de mim
Saberás, como eu, acreditar em algo que nunca teve
E nunca terá
E que, ao mundo, temerás explicar.
Só a mim...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

FOI QUASE UM AFOGAMENTO

Você já parou para pensar que essa enorme distância entre dois pontos foi criada por você? E que, mesmo havendo um singela oportunidade de você parecer estúpido e sensível, preferiu a racionalidade e a insensatez? Perdoe-me por querer extravasar a raiva que, por pedido seu, não deveria estar acontecendo, mas meu sangue de barata é vermelho o suficiente para que meus olhos e ouvidos não explodam.

Certa vez eu avistei um barquinho navegando longe. E avistei você, acenando dentro dele. Não te olhei, porque sabia que meu porto não comportaria tanta ilusão e docura. Mesmo assim você veio entre ondas, entre passados. Bem que eu poderia me deixar levar para dentro da água, como você pediu. Mas, algo em mim dizia para manter-me no ar. A liberdade de respirar me salvou e hoje só vejo aquele pontinho, longe, longe, longe...

E espero que nenhuma corrente o traga à margem novamente.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

POR TRÁS DO ADEUS

Há sempre um último olhar, aquele mais carinhoso, mais singelo, um pouco mais tímido. Aquele com ar de "voltarei um dia",
Há sempre aquele último toque, um toque suave, uma pele macia, um sentir do pulso. Um toque de força, em uma tentativa de permanecer.
Há sempre aquele último cheiro. Tão característico de despedida quanto tudo o que nos remete a separação. Aquele cheiro que volta e volta sempre para nos pegar de surpresa, e nos machucar.
Há sempre uma melodia que fica no ar, e que nos traz a lembrança, a terrível lembrança do que passou.
E aquele pôr do sol que, um dia, significou mais do que uma esperança...

Sempre há algo que nos atormentará, voltando no sonho pra dizer aquilo que faltou.

Todos os dias lamentarei as despedidas. E, com elas, os momentos que não voltarão.
Porque não existe "para sempre". Na verdade, nunca existiu.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

UMIDADE DO AR

Por que não consigo enxergar o sol diante de tantas tempestades no horizonte? O céu, em plena tarde, está negro, nublado, frio. Até o cheirinho de chuva que ora me alegrava não parece mais do que a certeza de tristeza e dor.

Lembro que venerava a chuva, aquelas gotas que caíam sobre minha face me traziam revelações de mudança. Dançava, liberta, diante do senhor vento, na melodia que as folhas regiam.

Arco-íris, traz-me sua magia e afasta de mim a solidão.

terça-feira, 4 de maio de 2010

VELHICE

Renuncie-me em nome da beleza agressiva
Em nome de uma vão desejo sexual
Porque a ti, me darei por inteiro, com migalhas e pensamentos vazios
Renuncie-me em nome de aparências tendenciosas
Ditadas por minúsculos cérebros carregados de nada
E, por alguém que nunca te olhou e não te olhará

Renuncie-me, por entre quadros manchados de amarelo
Ou por entre dedos e dentes ainda belos
Porque de ti, serei só lembrança de um tempo bom

Renuncie-me, com medos e anseios. Tudo o que vem do passado será empoeirado e trará alergias. Do contrário, novidades não serão mais tão aceitáveis.
Por enquanto, o tempo permite que você me olhe, mas não sinta a minha dor.

Um dia quebrarás o espelho da sua alma,
por estar cansada do peso de sua idade
E verás que de nada adiantou esconder-me no baú dos avós.
A certeza de que sou presente é a certeza de um infinito que nunca durou.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CERTEZAS DIÁRIAS

Por mais que queira construir, há um mundo que limita, que diz todas as vezes "Não estou preparado".
E até quando tentarei por dois? Ou por um milhão?
A ânsia de mudar me transforma em uma pessoa melhor, porém meus dias são sempre vazios e sempre exigentes da forma de fora.
Nada consigo quando me proponho a tentar. Mas tento.


Por que não estou sozinha aqui?


Não há como ir de encontro à vontade. E lamento pela minha não ser a de todos. O bem nem sempre sobrevive, e o amor que tenho não é igual à esperança de dias melhores.


Tudo se apaga naquela última fumaça da vela. E eu velaria os melhores momentos se isso me trouxesse algo significativo.
Contudo, naõ mudarei meus sonhos, nem as conquistas que a mim foram delegadas. Em pequenos passos, subo.


A rotação um dia trará minhas recompensas. E eu saberei que estou certa no meu caminho.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

NATAL DE TODOS!!!


Passo por este para agradecer mais um ano de vida, mais um ano de amigos, mais um ano acreditando que tudo irá melhorar.


Passo por este para iluminar, mesmo com poucos fósforos, os olhos daqueles que precisam enxergar além, transformando dores em alegrias, ou mesmo em poesia.


Passo por este para pedir ao bom Deus que nos encha de força e otimismo, fazendo-nos crer na sua existência dentro de cada um...


UM BOM NATAL E UM ANO NOVO CARREGADO DE OLHARES AO PRÓXIMO!!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A NOVA PARTE


Durante algum tempo desenhei coração no meu caderno. Às vezes um, somente. Noutras, dois, três, um conjunto divertido no canto da página. Traçava-o com olhar distante, de quem quer pedir algo à vida. Ele era vermelho, redondo e enooorme. Porém, havia nele algo não notável em um coração comum. Era um coração ao meio, ou seja, metade, uma parte...

Por ser metade, era incompleto.
Por ser idealizado, era imperfeito.
Por ser limitado, não conseguia demonstrar o quanto tinha que ser infinito.

Desenhei-o de várias formas e tamanhos. Preenchi seu único lado com cores vibrantes, tons escuros e sombreamentos internalizados. Ele levou sempre uma personalização do momento que eu passava. Ora maior, ora menor, mas sempre faltando um pedaço.

O tempo foi passando e lá estava a marquinha registrada nas minhas anotações. Viver sem aquele coração ao lado era como uma anulação de um propósito, de um objetivo.

Um dia abri os olhos e senti uma pulsação desse coração. E, por um milagre, sua outra parte surgiu,
completando-o.
Completando-me.

Como nunca o tinha visto completo, tampouco acreditei que ele pudesse, de fato, pulsar...

E, ao desenha-lo na agenda, surgiu:
"TUM TUM..."

domingo, 15 de novembro de 2009

MÁSCARAS

Iludir-me-ão uma vez, mas duas... nunca!

...

Arrastou-me para um conto de fadas, onde o rei era camuflado. Ele vivia de sonhos e promessas, construindo estórias sob seu castelo. Seu cavalo eram as mentiras, que ele treinava em branco com manchas marrons encravadas na pele.

...

E sob luzes artificiais pude ver sua verdadeira face de ilusões. Ele me olhava com olhos puros de quem mente sem sentir, sem doer. E eu, ali, fingia gostar da sua fruta crua de mensagens subliminares.

Acreditei que não mais acreditaria em nós, não durante a razão e nas poucas vezes q tirava sua máscara. Escondeu-se durante tanto tempo por trás de desculpas que não dependiam dele. E, ao raiar do sol, já não mais havia o que pudesse dissimular, sem aquela que foi o único pretexto para não viver sua realidade. Cruel para mim, verdade para ele.

Mas, sabendo-me que também vivo por máscaras (quem não vive?) e, deixando-me preservar por trás de algumas duras e frias, vejo que julgar seria tão errado quanto mentir. Por enquanto, deixo que minhas palavras me escondam.