sábado, 5 de abril de 2008

PORTA OU JANELA?

Ela era dócil, mas não aparentava, pra quem a conhecia. Por mais que tentasse, suas palavras diretas e certeiras a dominavam, fazendo com que algumas pessoas se assustassem. E ela tinha um dom. Tinha dom de conhecer, de examinar no primeiro ato, cada jeito e olhar do outro. Talvez fosse por isso que falava tão rispidamente: Ela falava com a alma e pra alma.

"Um absurdo! Ninguém pode prever atitudes!"- Inconformava-se ela. Sim, ela podia. E não era algo tão sobrenatural como imaginava. Bastava olhar profundamente. Todos conseguiriam se não estivessem centrados nos seus "eus".

Assim, logo quando conhecia alguém, havia um tempo para o enigma se decifrar: Três dias, três semanas ou três meses, dependendo das horas aproveitadas. Não passava disto. Ela baseava-se em regras de comportamento e o período de camuflagem de cada indivíduo (que variava de pessoas, ambiente e situação).

Atrás de seus olhos negros, havia uma psicologia interessante, que determinava quem era quem, na classe de caráter, personalidade, jeito e gostos. Digamos que tudo está interligado com a pessoa. Estudando cada comportamento, vê-se que os indivíduos tem mais similaridade do que se pensa. Mas, nem tudo é completamente igual e previsível. Tem fatores externos que comprometem cada avaliação, como experiências, educações, etc...

Um bom exemplo que ela mantém é de uma de suas colegas de bacharelado. Completamente igual a uma outra pessoa que ela conheceu há algum tempo. Mesmo jeito, mesma aparência, vozes iguais e, com o tempo, a mesma antipatia criada. Isso não devia-se ao fato das igualdades físicas. Era mais a questão, previsível, de uma personalidade idêntica.

Ela nunca fez psicologia, seu sonho de infância. Nos caminhos da vida, achou a publicidade e se especializou em fotografias. Sorrisos, expressões, formas de rosto, tudo isso é detalhado em suas "brincadeiras" de menina.

Essa menina não é má, não é ruim. Enxergar os outros não é ser ruim. O seu único defeito, dentre tantos que o mundo possui e teima em ensiná-la, dia apos dia, é ir além. Intimizar ao máximo tudo o que possa ser oferecido.

Afinal, ela tem olhos!

Um comentário:

O Sibarita disse...

Ai Deus! kkk Tem olhos sim, e como tem...

É... será meu Deus quem eu estou pensando que deu umas bandeiras no texto, é fia? kkkkk

Magnífico texto que ao meu ver a autora está completamente dentro dele.

E não fez psicólogia por que? Ah sei a Publicidade pulsou mais forte ao lado das fotografias... que bom, não? kkkkk

Ô mulher danada essa menina! kkkk

bjs
O Sibarita